Todos os textos são originais e propriedade exclusiva do autor, Gasolina (C.G.) in Árvore das Palavras. Não são permitidas cópias ou transcrições no todo ou/e em partes do seu conteúdo ou outras menções sem expressa autorização do proprietário.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Um dia cresço. Talvez



Até onde poderão ir o alcance dos pensares, até que medida do tempo, um dia é-se demasiado isto ou aquilo, as permissões terminam e não há mais lugar a desculpas, engavetam-se desejos como páginas projectadas na esperança de deixarem de ser esboço. Deixa-se de ter idade para a coisa, para as coisas, parece mal ou assenta-lhe disforme ainda ter trejeitos de verde sonhar quando estes se guardam para a falta de tino ou cabeças de vento, agora vistos de tão perto assemelham-se a velhas gaiteiras, senilidades, olhos fechados ao maduro do cacho a pender para a queda, maniazinhas de quem se acha artista que deste tudo se perdoa, admira, aplaude e convida a mais no bizarro que se espera.

Sempre me deslumbrou infantilmente, a palete de cores em borrão exibida.
Sentia o mesmo quando entrava numa loja de tecidos e a multiplicidades de tons alinhados me faiscava nos olhos as palavras a descobrir.
Como se chama aquela cor?
E não sabendo, catava na natureza o que de mais próximo imitava a tintura feita no pano. Depois no verbo. Nas páginas. Até no querer que as sapatilhas poderiam entregar nos passos. Dar vermelho de sangue, branco de neve.

Terei porventura ficado travada no crescimento que as cores do pensar continuam a desenvolver o fascínio de as alimentar.
Não sou artista mas deixo ir-me sem tempo ao que o sonho ausenta do corpo.

 

Sem comentários: