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sábado, 23 de abril de 2016

Perguntas(sem resposta)



Acontece que a conversa desfiada impede o rumo das mãos, mesmo que os olhos marquem a folha e o desenho prévio das letras, das palavras e até o completo sentido das frases pontuadas e já prontas no carreiro, desdobrar atenções a partir ( quando foi que aconteceu?) de um período tornou-se impossível gerir na tagarelice misturada do caderno (hum, hum para manter a delicadeza do receptor). Do sonambulismo desta escrita nem sequer me afianço sobre a plenitude da minha ignorância de vir para a rua despida ou do disfarce de dormir para não parecer totalmente tonta e assim perdoarem a falta... Mas amarfanhado o caderno e a caneta tamborilada várias vezes como objecto de arremesso à substituição do que o inconsciente se dilata aos poucos na escalada da ansiedade eclodem num pico em que a energia se resume no solilóquio contorcido sobre a incapacidade do que aconteceu mas não sei quando. Não sou mais capaz de escrever quando estão permanentemente a falar comigo e parece que escolhem sempre os momentos em que me veem entregue ao caderno para conversar. Dantes era possível, agora não. Porquê?

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