Um coração deste lado e uma flor deste e desenhava nas maçãs do rosto a lápis de olhos que depois havia de colorir a batom vermelho. Eu deixava. Eu quería. Pela paz e pelo amor dizia a Mãe. E por isso, por ela, por mim e pelo Carnaval eu vinha para a rua de cara pintada, gravata do Pai atada na testa, muitos colares ao peito e nos pulsos, o coração aos pinotes pela bailação da tarde, o corso a desfilar, as bisnagas de que fugia não fossem borrar a minha paz, todo o meu amor.
O mau tempo obrigou ao cancelamento de todos os festejos carnavalescos e a Protecção Civil ficou em alerta. Sei que é Mardi Gras por ser feriado, do resto desconheço que músicas soam e se há bailes de assalto como se faziam ou até mesmo se os homens se mascaram de dominó negro, ou ainda existem os típicos matrafões de colher de pau e bisnaga na outra mão.
Mas pela paz e pelo amor desenhei um coração na maçã do rosto.
Veio o cão e lambeu.
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