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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Sou eu


 
A tua voz.
O teu nome na minha boca a dizer o meu. A tua voz. Muitos sons a trazerem os passeios, as gargalhadas, a troca de olhares cúmplice, as frases tontas e brejeiras, algumas palavras soltas a revelarem vontades de estarmos em companhia a dizer nada, a tua voz a lembrar o quanto existimos quando nos atropelamos a querer falar novidades de tanto tempo sem estarmos próximo e a velocidade do pensamento a ir buscar o outro onde nos deixámos na última vez, a tua voz, o teu dizer como uma miragem, um quadro imaginado, palavras que se aspiram a pôr no papel e finalmente se conseguem escrever tão fácil como alumiar um quarto escuro.
Minutos da tua voz.
Fecho a porta e fico-me até a luz se extinguir.

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