A grande questão é a memória das coisas, a memória das palavras, a memória das coisas puxadas num tempo que não se pede e aí estão elas, vindas em palavras à boca que atafulham, palavras que se pensavam perdidas por não recordadas, inexistentes por escondidas ou tão bem guardadas que se perdera o tino ao sitio para as ter de novo na boca para contar e dizerem-se descobertas quando afinal sempre foram nossas, reencontradas anos depois num raciocínio inicial de estupefacção [porque me fui eu lembrar disto agora?], depois admiração [nunca mais tinha lembrado que tinha acontecido], êxtase [como foi belo e nem sequer me apercebi] e o recolhimento do momento [não devo esquecer de novo], palavras que se moldam da memória como palavras frescas e servem renovadamente para contar como se foi feliz.
CAPÍTULO QUARENTA - DE VOLTA A CASA
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Ao fim de pouco mais de três meses Alberto fechou a conta e a familia
regressou à casa renovada.
Maria da Luz apenas tinha ido por uma vez ver o decurso das...
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