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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O livro negro dos homens (vinte e um)


 
Há as coisas boas e belas que nos põem o coração a bater louco como a querer furar o peito e há também as outras diametralmente opostas que de tanto nos acelerarem o ritmo, o coração deixa de ter vontade de bater. A maior parte das vezes por injustiças, pela dor da injustiça e a tristeza profunda que cala como um poço o som que o bater vivo do coração possa ter ao rebelar-se contra o que lhe fazem. Deixa de haver intenção, sangue que anime, sente-se que a própria vida se tornou um punho que rompe pelo peito adentro arrancando tudo o que até então oferecera. Há quem nunca se recomponha, outros vingam-se, uns quantos endurecem deixando o coração com quem lho levou não lhe sentindo a falta nem lhe lembrando a utilidade.
Mas os que tentam de alguma maneira recuperar o que é seu, ajustando sensibilidades ao que de facto sentem, passam na sua maior parte da vida a lutar pela reposição da verdade, cognominados de lamuriosos, incomodativos e inadaptados, na verdade cansados, na verdade nunca chegam a ter justiça, na verdade a vida é mesmo assim, não há para todos.


Lx., Fev.- 2012

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