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sábado, 3 de outubro de 2015

A medida das coisas


 
Mais uma vez, só mais uma, prometo que esta é a última e subo as escadinhas, mãos presas aos ferros com toda a força içada e cá do alto maior que o Cristo-Rei caio de rabo para me lançar veloz na descida do escorrega, pena que o comprimento deste não seja maior que o tamanho das minhas pernas, para onde foram todos aqueles metros de viagem que duravam até atingir o fim e de pés enterrar-me na caixa de areia para repetir a proeza até prometer à exaustão uma vezinha mais com o indicador espetado e ar de inocente, basta olhar e já lá estou, uma míngua de palmo e no entanto daqui do alto tão grande, tão mais grande que o maior Rei de braços abertos, dou aos braços como a imitação de um pássaro louco preso e enganado pelo petisco já que das pernas, traição, nem medida se lhes pode confiar.
Num instante peço mais uma vez, de seguida quero acordar.
 
 

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