Vento, chuva e frio, o Inverno lá fora e na pele por dentro a arrepiarem a espera do banho que corre até o espelho se embaciar nos pensamentos.
A imobilidade do corpo atada a um fio que não sabe onde começou, pendura-se na apatia do que decorre, daqui a nada o banho transbordado da espuma a mais e trabalhos que não pediu quando achou que o que lhe podia caír bem era o tempero da imersão, quente, relaxante, esquecido dos ruídos do mundo, o abandono dos dias no momento dedicado a si, a lavagem destes pensamentos que a atordoam sem saber porquê.
Um dia após o outro, Inverno agora, um fardo que a arrepia na solidão que não sabe que é, tem desejos de coisa de sol que lhe lembra a casa dos pais mas não sabe explicar, só a atordoa.
Aperta a torneira e o jorro da água cessa, balanços de espuma vazam pelo agitar do seu braço, entra, mergulha, senta-se. Os azulejos brilhantes podiam ser o céu azul e a banheira o horizonte, um fio que não se sabe onde termina, vai até onde os olhos podem.
Mergulha e ouve o seu nome, os pais a dizerem para ter cuidado, não se afastar quando entrar no mar.
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