Quisera eu que na mão que escreve todas as palavras tombassem perfeitas, ajustadas ao sentido do dizer e ao sentido dos sentidos mas desta e da outra que de quando em vez toma o lugar da direita por cansaço, aparecem letras ajuntadas e tão pouco do que se assemelha ao saber fazer.
Não sei fazer, não sei escrever, luto neste campo entre pedras que vou retirando para o lado para abrir canais e aí soltar sementes que pretendo se agarrem vingando, mas a cada frase desenhada mais julgo a incapacidade de as ver medrar.
Passei então, a usar as mãos da forma mais simples e contar o que de mais simples tenho em mim, o que vejo, o que me toca e arrepia, o que me recorda por já ter olhado e cá dentro ter restado um fundo que rapado ainda tem sabor. E doeram-me as mãos, haviam calos de tantas palavras plantadas.
Não sei escrever, deixo que o verbo se escore entre pedras, pedaços de mim, pedaços simples do que vejo.
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