Todos os textos são originais e propriedade exclusiva do autor, Gasolina (C.G.) in Árvore das Palavras. Não são permitidas cópias ou transcrições no todo ou/e em partes do seu conteúdo ou outras menções sem expressa autorização do proprietário.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Deixo-a



A qualquer instante caio, não é a surpresa da queda ou o medo da dor ao estatelar-me no fundo, nem sequer o vejo, pintaram paredes, tecto e chão à mesma cor, um poço negro ou branco tanto faz quando não há limite de medida de alto-baixo ou perigo de aleijão na imensidão, o que balança a suspensão é a dúvida do quando, o que move o momento é a respiração que se acelera na pergunta para quando, é agora ou daqui a quanto tempo, quanto me resta do imaginar o que é verde e o que é azul ou então a desaceleração das narinas na tentativa do controle do tempo, da matéria, da matéria do corpo e da essência invisível que nos nano-segundos parados sem respirar se pretendem palpar, alma, não caír por assim querer nessa exigência, apenas vontade como cabos fortes e robustos que sustêm um mundo interior maior que a pele, a qualquer instante caio mas de pé e vejo-me morta por outros matada. Abandono o espaço e deixo o que julgam ser eu.
 
 

Sem comentários: