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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Boatos



Eles.
Eles disseram, eles mandaram, aconselharam os outros a, apontam o dedo. Eles.
Estes eles que ninguém nomeia e todos identificam. São os outros. Os eles. Um colectivo poderoso que pelo veículo do bafo do rumor atacam, dilaceram, desmoralizam e comprometem o bom nome alheio sem terem nome a não ser eles.
Eles são eles.
Uma entidade divinatória porque os adivinhamos quem a forma, porque se deitam a supor e nessas mezinhas de trazer por casa muita derrocada vão conseguindo arrastar nos pés silenciosos e poeirentos que tentamos seguir na intenção da descoberta secreta do individuo cabecilha ou membro deste clube privado de cem titulares, um titular, concorrentes que entram e saiem à medida do desempenho do boato e usufruto próprio.
Mas a infelicidade deste rastilho descontrolado leva à incapacidade de se chegar à origem do seu autor e o poder do eles reside exactamente no rosto sem rosto, como agarrar a mão de quem segura o fósforo se não se garante que seja o provedor da dinamite, tornemo-nos num deles atacando de igual como a outros fazem, não, lex talionis não. Decididamente. Esse ar envenenado que lhes sai da boca ausente é o oxigénio dos cobardes. 
Um dia, um dia talvez não haja justiça, mas nesse dia e apenas nesse dia eles não terão importância.
 
 

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