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domingo, 28 de junho de 2015

Vida(S)



De verdade ou de mentira pouco interessa, aliás é o que nada importa mesmo, basta que se queira, que se escreva e fica designado, acontecido, porque outros hão-de estar e sentir, gostar e amar, fechar a porta e não regressar para não sentir a amargura dos sons na memória sem nunca ali terem estado, contarem para outros também que um dia conheceram alguém especial, naquele dia, um dia especial porque foi o dia em que leram as palavras de outros e entraram nos cómodos dessas páginas, silenciosamente, a saberem onde as coisas eram guardadas sem nunca lá terem entrado, e que nesse dia que podía ter sido tão comum como outro mudou a vida, não de uma forma que se visse pelos outros mas secretamente, tranquilamente e no entanto, a partir desse dia, ficaram sempre à espera de algo fantástico, os olhos na porta adiantando-se à entrada da personagem de mão aberta à sua ou apenas um recado num bilhete simples que ninguém entendería. Verdade ou mentira, não interessa, o livro arrumado mas à mão é a chave de entrada, no silêncio escuta a vida das folhas juntas, sabe que faz parte como eles da sua.

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