Calmaria preciso, deito-me alongada sem o receio de me notarem diferente, aqui todos diferentes nesta igualdade sem olhares de soslaio, quase só, os joelhos deixo-os ao trabalho de quando me apetecer voltar à posição sentada, outra coisa não serão senão ferramentas de brincar, balançar pernas abaixo e ver a biqueira dos sapatos, a traquinice de os lançar e dedos nús abrandar movimento até à aquietação, reservo quase estátua a mim, respiro. Suspiro, deito-me alongada nas páginas que alguém tão bem desenhou, só, nenhum de eus à minha volta a precisar de tomar espaço e eu a pedir ar e sossego e independência para estes instantes que nem são meus, letras de outros, palavras belas de outros para mim, frases completas que me completam quando sorvidas na calmaria que me alaga como se veias me tornassem a pulsos. Marco a página lida e bendigo quem assim tão genialmente me seduz.
CAPÍTULO QUARENTA - DE VOLTA A CASA
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Ao fim de pouco mais de três meses Alberto fechou a conta e a familia
regressou à casa renovada.
Maria da Luz apenas tinha ido por uma vez ver o decurso das...
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