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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Caravelas



Marinheiro de papéis de fantasia vincados em naus de memórias e outras estórias que não sei de onde vieram, similaridades com águas doces para quem me vê e acha no embrulho navegações de feição, fundo se olhassem nos meus olhos é à bolina que avanço, não por querer escapar a perigos ou atingir terras de cansaço ao mar, que este nada-me no horizonte na adivinhação do que invento como certo está o dia a seguir à noite e este a seguir ao dia, quem diz que assim não é?! mas para que a dor maior nunca se me pegue, não aquela das carnes que também aleija e faz gritar, nem a das injustiças que dilacera por dentro nas perguntas da vingança, mas a da saudade e da solidão que nunca vai embora e rói por dentro deixando tudo oco, uma tripulação invisível que afunda a caravela da alma.
Sinto o vento na cara, a linha da água corta-se como um fio transparente, é Maio e o meu coração acelera, desdobra-se o meu papel em asas e avisto uma montanha cá do alto.
 
 

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