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terça-feira, 14 de abril de 2015

Escalada para o abismo



Várias páginas desvirginadas numa mancha azul que nem sequer se fez gozo no acto, uso o branco das folhas para me acalmar das tempestades sem tempo de apreciar a bonança e ver o sol a romper para o seguimento nas costas já escritas, saltos, nova folha, nova idéia, uma escalada para um alto até ao abismo da queda sem lembrar o que devería ser a correnteza do pensamento.
 
Cada pedaço de verbo largado ficou agarrado. Ali. Era importante no estado em que o sangue fervía naquele momento, recorrer agora é requentar ou achar que possa fazer de conta que voltei a sentir de igual o não quero ou que não posso porque os instantes únicos mesmo os do fundo são exclusivos e pretende-los revisitar sería fingir que finjo um papel de escriba.
 
Vinco as páginas violadas. Faço-as degraus. A subida torna-se mais rápida. Poderei ganhar tempo e contar verdadeiramente como é aqui no fundo sem magoar mais palavra nenhuma.

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