Branco como a neve, quase a cegar, depois os olhos habituaram-se tal como se adaptam à escuridão e aos poucos tudo se molda, os contornos, o miolo, tudo, era tão branco e puro e leve como penas.
Tecidos brancos e suaves, gaze, tule, seda, alguns brilhantes, outros transparentes, um e outro tinham o toque da passagem e faziam o pequeno ruído das pregas e folhos a ajeitarem-se entre eles como apertados entre mãos que não os deixam pisar e cuidam que se rocem entre saias como um beijo discreto que já passou.
A cor da pele corava mais o branco. Era mais luz. Eram mais elas. Muitas. E os olhos, primeiro quase cegos e tão brancos quanto o nívea de inicio, fizeram-se água na multidão de tantas vestidas de branco como cisnes desprevenidos.
Ainda as vejo nos meus sonhos.
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