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segunda-feira, 16 de março de 2015

Rotinas matinais



São sempre a última coisa e até bater a porta o equilíbrio na ponta dos dedos para evitar o martelinho dos saltos, o desassossego de quem ainda sossega ou finge que sossega para não me desassossegar das horas há muito de vela no reboliço do escorregar dos lençóis e na muda de posição, leitos incómodos, corpo que se incomoda com o desnecessariamente necessário quando o tempo do sono quebra os olhos e o fio da realidade se interrompe entre mundos, nem saltos altos conseguem aproximar alturas de universo tamanho, centímetros que impõem a musculatura da barriga da perna, da barriga dos sonhos quando se salta de lá para cá num estremunhado que não perdoa o pé coxinho se a recorrência do pesadelo traz à tona a cintura nua para baixo até aos ditos, deslizar, verificar aderências, experimentar, girar, raspo novos até a sola se tornar áspera como um sonho mau, neste não quero caír, saio, é dia novo e é dia verdadeiro.

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