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quarta-feira, 18 de março de 2015

Maturidades



Maturidades. Do verde da boca que se canaliza directo ao coração aprendem-se embraiagens e travões, docemente, sem soluços, até ao absoluto das paragens, silêncios que ficam a nadar na saliva a apurar-se para uma condição propícia e um tempero apurado, quiçá um ouvinte que o valha.
 
Porém, o nervo traiçoeiro, ao receber o comando do choque eléctrico do cérebro não domina o olho arregalado, a sobrancelha repuxada, o lábio levemente mordido - em mim, um e outro pé irrequieto, também.
 
Imagino se a transparência das palavras não me molha a pele no discurso que no pedal embraio, travo, por tanto me alagar a boca cheia, extravasada de um canal que afinal se mistifica de amadurecido, tantas palavras apuro e encontro e engulo e regurgito e mesmo assim retornam e me coram, não as digo mas sinto-as a queimar para além do corpo.
 
E se as sei e as não dou, que préstimo tem a maturidade para quem as não pode ouvir?

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