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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O trilho das veias



Perder o caminho das veias e deixá-lo livre, suponhamos que um dia a todos acontece só ninguém sabe quando e ainda bem, essa data põe-nos no trilho e faz o mundo girar, mantém-nos a perspectiva do amanhã mas hoje nada interessa, sem canais a percorrer vai para onde lhe der na telha e até pode extravasar desses pequenos tubinhos, orifícios, corpo, dimensão onde este se ache, seja ao alto seja derreado, torna-se-á volátil, uma ligeireza como o pensamento que no estalar dos dedos se cambia de cores à velocidade da luz, e risos, sim risos é importante, mesmo que disfarcem uma dor forte e intima nunca revelada, aliás a maior parte das vezes vem da dor, tão insuportável que chega o tal dia e dá-se o basta, BASTA! e perde-se o caminho das veias, do sangue, cortam-se as veias do bom comportamento e parte-se a louça, bate-se com os pés e grita-se imitando os urros dos animais até meter medo a quem assiste. Adrenalina. Fica-se muito cansado. Descansado. Sai tudo o que não se consegue dizer por causa do bom comportamento e do tal trilho do sangue dentro das veias. Depois apanha-se os cacos, sacode-se a poeira e compõe-se o cabelo e nunca se falará nisso. Não fica bem por causa do bom comportamento. Ou estávamos todos no hospício.

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