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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Mar lembrado, mar voltado



 
O mar. O mar estalado com os olhos fechados do medo do som tão parecido às guerras. O mar como um ditado. Era uma vez o mar. O mar lembrado. Há quanto tempo não vejo o mar. O mar frio que um dia me reclamou de invejas em pas de deux que deslumbrada aceitei nas pernas, nos braços, nos olhos de verde igual, esquecida do amor de rio, revolta, afastada de areia e nem saudade tinha e nem de guerras lembrava, tudo se escoava pela água como se a água fosse um ralo de si e me fazia dela e me tornava mar e eu gostava mesmo sabendo que não podía retornar.
Lembrei-me do mar, como quando se encosta uma concha ao ouvido e o escutamos no segredo mistificado do longe a disparar os tiros das ondas no branco morto, projécteis que rimos nos salpicos gelados da pele, desencostamos da orelha e fechamos os olhos e pedimos outra vez, mais ondas, de novo o mar, eu voltei.
 
 

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