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domingo, 22 de fevereiro de 2015

Ainda acontece


 
Ficar à toa. Perder-me sem me perder, descobrir-me em sítios inexplorados cá por dentro, algum recanto talvez escondido por mão minha na intenção de o deixar para a próxima vez, talvez esta que foi agora, não escutar quem me chama embora aviste nebulosa uma mancha que se agita acenando tentando desviar-me do caminho tão apetitoso da novidade. Ou talvez não. Uma queda apenas para dentro de um poço com o meu nome que me sussurra desde criança com vozes disfarçadas de outros e das quais vou no encalço, divirto-me recordando as pernas pequenas erguendo-se em altos tufos de vegetação e joaninhas, uma e outra correria, a minha mãe a chamar-me, uma confusão quando tudo se mescla e é o actual a conviver a galope no lembrado, e ainda e sempre o vai-vem sem idade de parar, os olhos afinal nunca amadurecem só a experiência de ir e regressar ao aceno suave que nos fala e pede para contar de onde voltámos sem condenar.



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