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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Males




O entendimento para as doenças está intimamente ligado à visualização do declínio do corpo, da mingua de autonomia, do corte, da fatalidade, do jorro de sangue, da amputação da fala, do membro, do juízo ou de todos no conjunto. Por muito que se avance no século e a modernidade dos clicks alcance a mensagem no imediato, a humanidade goza ainda na barbaridade do olhar horrorizado para depois relatar como fulano ou cicrano estavam mesmo mal, uma constatação de peso que há-de propagar-se consoante o ouvir dizer, ouvir contar que for levado pelo seus interlocutores e a imaginação de cada um deles. E isto, porque há males invisíveis, dos que sem marca vão roendo por dentro, surgindo uma e outra vez, atirando para o estaleiro o hóspede onde se alojam. Mas sem olho ao peito que possa evidenciar a maleita, é difícil fazer crer ao céptico.

 

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