Trocam segredinhos, truques de beleza doméstica, o perfume favorito, cigarrinhos perfeitos enrolados à mão sem furar a mortalha delicada, as pernas, os sapatos nas saídas, os lenços aromatizados na decepção de mais um encontro falhado, a atenção das palavras em conselhos repetidos, trocam-me os olhos, duplicam os sentidos em bebedeiras ausentes de álcoois, um eco de si ou a propagação do monólogo silencioso que berra a solidão rasgando uma outra em duas, companhia dos loucos, vejo uma ou muitas, tanta gente sem rosto desfiando conversas mudas pela avenida ruidosa.
E no entanto escuto-as, sinto-as na sua elegância distante sempre de prontidão para a cor rasgada do beijo.
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