Foi-me dado hoje um presente, raro, porque dos olhos me desceu o bater do descompasso ao peito até quase sentir que o músculo sem préstimo, atrapalhava para rasgar a pele e abrir como uma roupa que abafava os sentimentos, cheios, um todo demasiado que me sugava o ar e inspirado na boca semi-aberta do êxtase, parou.
Era uma fotografia a preto e branco de um edifício abandonado e os plásticos protectores das janelas esventradas deixavam-se fragilizar pela força do vento. O ângulo era um rx de vida não de uma coisa inerte e as palavras que me encheram tanto quanto o ar que me faltou naquele segundo tocaram-me os sons que me devolveram o palco, os passos, as pontas e as dores, a arte do corpo escrita.
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