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sábado, 1 de novembro de 2014

A Árvore das Palavras, nascer no dia dos mortos



 
Cumpra-se mais um para quem isso importa. Afinal, nascer no dia dos mortos é o que está de acordo para a árvore. Quantas vezes se lhe acha que é de seu fim, já seca e murcha, cavacos para boa lareira por não fumegar no seu verde ausente e espanto, um rebento oculto denuncía vida no seu miolo, prestes a brotar ao primeiro pingo de chuva que lhe revitalizem as raízes adormecidas e rebentem em todos os ramos, pequenos nós esbranquiçados e depois de cor esperança, folhas, frondosas sombras, o aroma das flores que perdem pé desmaiando para o tapete do chão, o peso dos frutos na suculência das palavras, as cores perdidas em estações repetidas, a solidão de uma árvore que serviu de encosto aos que partem depois de abrigados e fica. Fica porque as palavras não têm fim.

 

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