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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Olhar com Vista sobre o Rio (15)



 
Atravesso nos minutos em que me torno mulher, o Sol falece avermelhado no roxo da noite que o pisa lenta. Há quantas idas e vindas te navego eu sozinha, forte bastante para saltar a ponta-terra e sem receios olhar-te do alto de mão quase-toca afagar-te no amo-te...
 
Dantes haviam uns cacilheiros de amuradas abertas. Namorados e fumadores eram certos por ali. E eu. A travessia era mais demorada. Mais sinuosa e mais arriscada. E eu gostava mais, pendurava-me de cabeça para baixo e via o meu próprio cabelo a voar e muito próximo da água. Depois vinha o marinheiro e dava-me um puxão ou um raspanete.
 
Atravesso o Rio no final do dia.
Tudo está certo.


(in Olhar com Vista sobre o Rio, 2012)

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