Todos os textos são originais e propriedade exclusiva do autor, Gasolina (C.G.) in Árvore das Palavras. Não são permitidas cópias ou transcrições no todo ou/e em partes do seu conteúdo ou outras menções sem expressa autorização do proprietário.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Lisboando, Cartas a um Amigo



Olá, como vais?
 
Espero que esta te encontre bem e de perfeita saúde que eu graças a Deus, este Verão envergonhado sem maneira de se decidir anda capaz de nos por doentes, e mesmo assim, resisto.
Que tens feito tu?
No próximo correio, manda-me novas do que fazes, não me contas nada em que te perdes aí pelos Alentejos!
Já eu, infeliz citadino, calcorreio vielas, aproveito partidas de Agosto e desencanto colinas mais onde se esperam sete, Lisboando meu caro, inventei esta palavra para os meus passeios, que diria Sophia se agora escutasse, ou até tu a meu ombro virando um pirata! Que sede, só de lembrar!
Pois digo-te eu, Lisboando: Plantaram um jardim à beira do nosso rio, esplanadas, um tiro só que vai do Cais das Colunas até ao do Sodré, turistas a mais que tugas, Saramago à janela da Casa dos Bicos e por aí fora até à do Comércio onde é vê-los na torra. O Museu da Cerveja à esquina à cabeçada com o Martinho, comi lá ontem na esplanada, não fiques, muito fumo.
Disparei até à R.do Arsenal para desmoer, o Alecrim a dar cabo de mim mais os mapas que os turistas sabem ler melhor que eu, pedem-me direcções, pleases, clicks e até querem tirar fotos comigo, onde isto já chegou, o nativo para a posteridade!
Finalmente alcanço o Jardim de S.Pedro D'Alcântara, sento-me.
Lisboa de tectos vermelhos.
Rio turquesa.
O Castelo
Queres tu saber que despareceram os pombos deste jardim?
Abalei-me no elevador de Sta.Justa, não há pernas.
Há um fim de tarde lindo que merecia os teus dizeres, o meu silêncio de escutá-los.
 
Recebe um abraço,
 
O teu amigo sincero.


Fotografia de Eduardo Jorge Silva

Sem comentários: