Todos os textos são originais e propriedade exclusiva do autor, Gasolina (C.G.) in Árvore das Palavras. Não são permitidas cópias ou transcrições no todo ou/e em partes do seu conteúdo ou outras menções sem expressa autorização do proprietário.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Estrelas




A injustiça das palavras ou a crueza dos olhos, um tudo nada indecifrável, um quadro abstracto, um risco a que o leigo para que não o rotulem de tolo dirá abanando os queixos formidável e vai-se a ver, tem o povo razão, um boi a olhar para o palácio. Que verdade seja dita, até o corpóreo animal sente mais que a inanimada construção mas esvanecemos perante a dimensão... Reticências. Porque a crueza dos olhos cala a justiça das palavras, calca-as e até, quiçá as faz esquecer de como se dizem e como nos fazem rir até chorar e até nada conseguir dizer. Só sentir. Cá por dentro. Como essa Lua gorda e brilhante que apareceu por aí faz dias e já ninguém fala dela e se foi e escondeu uma chuva de pequenas estrelas que eram pedras se vistas de perto.
Muito feias decerto.
Assim é a vida daqueles que imaginamos fabulosa e invejável. Uma distância que o pedestal da nossa imaginação os eleva e põe a rir continuadamente. Afinal, feia e triste, como uma morte desejada e rasa quanto a mortalha de um pobre que nunca tenha sorrido ou até chorado.
 
 

Sem comentários: