Há algum tempo estive presente numa tertúlia literária onde se discutíam alguns textos de vários autores, sendo um deles de minha mão. A minha participação foi apenas como mera espectadora anónima sem qualquer intervenção no debate.
Foi assaz curioso - e apenas refiro o que toca ao que por mim foi escrito - observar a dissecação feita, camada por camada, ao texto analisado, encontrando-se uma intenção e propósitos que eu própria desconhecía. Ou seja, nunca tive esse motivo. Aliás, o que estava escrito era o que estava escrito, não quería outra coisa. A obturação do texto foi de tal forma profunda que entraram nas capacidades do seu autor, ou seja, eu.[Eu ali no meio, alegre, deixa cá ver em que é que isto vai dar]. A verdade é que rechearam e cobriram o autor de qualidades e frustrações [Eu] que se traduziram na forma e conteúdo da escrita produzida. A partir daqui as opiniões divergiram um pouco, formando-se três grupos na generalidade, o que significa que do macro partia-se para o estádio pessoal, a "minha" leitura.
Foi uma noite divertida, diferente, curiosa e enriquecedora.
Do que se escreve e do que os outros [nos] lêem. Da intenção do autor e da recepção da mensagem, da simplicidade do verbo e da complexidade das palavras como alimento digerido.Aquele que escreve e o público e como o público é o indivíduo.
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