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terça-feira, 24 de setembro de 2013

O bater do coração (dezanove)



 
Gosto do sabor da surpresa. O descobrir sem suspeitar que me preparo para o fazer, não haver indícios que me encaminhem à adivinhação ou ao mais leve faro sobre. Já falei aqui sobre os bónus da vida, os que de quando em vez me calham em sorte. Essas surpresas e esses bilhetes premiados são a mesma coisa. Nada de materializável ou complicado, a maioria das vezes só eu as encontro especiais, para os outros serão banalidades ou até algum desvario acrescentado de minha pessoa.
Porém, as surpresas maiores e melhores são aquelas que estão misturadas ao alcance da vista imediata, mimetizada, uma camuflagem dificil de desatinar quando os olhos e o ouvido não quer ver e escutar.
E se se quiser ouve-se, aos poucos, depois melhor e cada vez mais distintamente um compasso diferente do ritmo comum do coração escutar-se-á.
E a clareira abre-se mágica, brotando uma árvore imensa de fruta fresca.
 
 

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