Visitam-me palavras que me arrastam para sensações que julgava perdidas por não lembrar mais. É como acordar com um estalido de dedos e a realidade se debruçar numa vertigem que entontece por não se conseguir firmar os pés com a certeza do terreno. Onde se está? É agora ou isto já aconteceu? Todavía não será um déjà vu, aquele remoer de ter passado uma segunda vez pela estranheza de clonar o discurso, guiado por um ponto invisivel que num palco invisivel nos dirige a cena que intimamente sabemos que na acção assim irá terminar, sem sobressalto, sem ansiedade, apenas cumprido.
Estas palavras de agora são interruptores, acendem-me novas interpretações. Trazem-me a memória do sentir passado mas abrem-se à frescura daquilo que agora sou, carregam-me duas vezes o peso na comparação entre o velho e o novo ou o verde e o maduro. São cidades de um verbo só que se defendem dentro de si. A secularidade do castelo espreitando nas ameias palavras que vão gotejando seguras, amorosas e aprendidas para a contemporaneidade do vidro transparente e aço violento que ao redor reflectem confiança, combate.
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