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domingo, 18 de agosto de 2013

Improvisos



Conseguir eternizar o movimento através de cada flash de memória, suspendê-lo, repetir até a perfeição ser o que se vê e nada mais. Cada salto, cada musculo retraído em camara lenta soltando partículas ínfimas de um pó muito fino que confere luz e brilho à silhueta é alongado no pescoço em extensão total, o dominio do corpo é permanente.
Depois, a gravidade.
Não do solo.
A recepção à terra, ao choque, à leveza do contra-impacto. A segurança. A cola.
Ou a mola que impele de novo para o céu ainda mais alto, mais elegante, mais projectado, os braços e as mãos como asas que flutam e planam independentes dos pés e pernas, lemes do voo gracioso.
Tudo é pluma que se segura no fio da lembrança e cristaliza nos sons interiores da orquestra dos anos que passam.
 
 

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