Não sei onde foram buscar essa mania que eu aguento, que sou forte que nem pedra, dá-lhe que eu aguento, nunca disse que era forte e resistente para suportar de pé golpes a gosto, investidas no peito em que me finco na terra tal como árvore que me faço, não caio, não caio, estremeço, tremo por dentro, o meu coração agita-se como um cavalo suado sem rédeas e depois pára, bate no descompasso da arritmia que pulsa na testa e me interroga: Porquê?
Onde foram buscar essa idéia de que a dor me resvala, que o ricochete das palavras e dos gestos me é pele?
Lá porque não choro defronte a vós, não imploro ou ajoelho, não sou posta de carne andante, sinto, amargo, amo e desgosto tanto ou mais que todos, apenas escolhi andar para a frente.
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