Faz-me um pouco de companhia, falemos de coisas banais que sejam, comecemos pelo tempo e do calor terrível que faz e do meu gosto pela chuva para depois teres oportunidade de torcer o nariz e chamares-me esquisita, contradizeres-me e tentares levar-me a confessar que tens razão que aí aponto o dedo à árvore e falo-te de comida e bebida e vida e do que ela precisa como eu que mais enrugarás a testa e depois suave, num sorriso aberto e lembrado, baixo comentas saber quanto aprecio árvores, é verdade e tu também e falas das tuas favoritas e de uma que em menino escalavas, teimosamente porque muito trabalho te deu até vencer os medos do desafio dos outros e o maior que era teu porque o sol olhado de cá de baixo te encadeava a vista e tudo parecía enorme, gigantesco, inalcançável e depois vai-se a ver, vai-se a medir e é tudo um sofrer à medida do nosso tamanho que ainda noutro dia passei perto dessa árvore e achei tão pequena e atarracada, larga e de muitos nós mas baixinha sim dizes, e eu deixo-te falar a ver as palavras saírem para mim, fecho os olhos e sei-as a caminhar para um sitio especial porque tudo o que me é dito é unico neste espaço criado em que te convido a entrar e a singularidade desta beleza só acontece porque não há medo em ti.
CAPÍTULO QUARENTA - DE VOLTA A CASA
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Ao fim de pouco mais de três meses Alberto fechou a conta e a familia
regressou à casa renovada.
Maria da Luz apenas tinha ido por uma vez ver o decurso das...
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