Estou doente, decreto-me oficialmente doente, atingida de maleitas, tonturas, o meu fio de prumo interior incapaz de isolar a verticalidade, azias e refluxos, babam-se-me os eus entre comissuras como bolsados de recém-nascido, terei engolido algum estragado ou outro que se envenenou farto de pirraças e que resolveu morrer dentro de mim, que estou doente nestas linhas como mulheres que parem com saias enroladas nos dentes mordidos em dores contidas ou serão corações disparados na bala vazia da saudade chutada quando a noite não vence, mesmo no escuro é sempre dia, é tudo claro, e cá por dentro é tudo ao contrário do que se dizia?
Não estou doente, faço o pino, escorro o que sinto, vejo as minhas mãos onde calcam a terra e não lhes acho grande diferença.
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