Como convivem bem os que engenhosamente envolvem a lingua à volta do pescoço de outrém e apertam, apertam docemente lambendo, amaciando-lhes o tino na esperança da conquista. De tarefa despachada, limpam as mãos, despojam-se do vestigio da mentira, sacodem as migalhas traidoras e apontam o dedo ao outro.
E vão sucedendo nesta casta sedução, uns e outros, à vez, aos pares, aos trios e na perfeição a solo, apoiando-se conforme a fome, comendo-se consoante a gula, sempre de olhos alegres e dispostos, de quatro se a isso lhes pedirem, a pé-coxinho se só houver um sapato a servir.
E vão sucedendo nesta casta sedução, uns e outros, à vez, aos pares, aos trios e na perfeição a solo, apoiando-se conforme a fome, comendo-se consoante a gula, sempre de olhos alegres e dispostos, de quatro se a isso lhes pedirem, a pé-coxinho se só houver um sapato a servir.
Eu sou a besta.
O animal que morde, o que dá patadas, e da lingua só lhe dou uso para a deitar de fora.
(Lx,20-01-2010)
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