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sábado, 4 de agosto de 2012

Olhar com vista sobre o Rio (1)




Ri-te, podes fazê-lo de boca cheia, propriedade não te falta e eu mereço mas também já perdi a vergonha, aponto-te esta, toma lá, como razão maior para me deitar contigo depois de ter jurado não te voltar a falar, prometido a mim mesma que sobre ti não gastaría um pingo de tinta que me caísse distraída enquanto pensasse sobre outras palavras e ainda sobre outros rios.
Que tu sabes que houve outros, sabes sim, mas a tua cor anda por dentro e por fora de mim há demasiados anos, alterou-me o olhar, a cidade, a forma como piso o chão e desembarco estremunhada na realidade, por isso desavergonhadamente e de mãos escondidas retorno à tua cama, aos teus braços, deixo que me faças o que queres fazer, faz que eu não gosto mas preciso, que raiva este querer de amor, vá lá eu entender-me que nunca subjuguei vontades a homens e alongo pernas a letras só para ficar mais bonito escrever-te.
Ri-te que eu choro mas só por dentro, esse gosto não te dou, querías tu que tu aumentasse a galhardia?! Levas-me toda por agora o mais logo se verá.



(in Olhar com vista sobre o Rio, 2011)

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