Podía dizer que aqueles eram eles e mais nenhuns outros e acreditassem se quisessem, bastava ele saber, a verdade é sempre bastante para quem a sabe embora quem a duvide ache que a proclamação seja necessária e vá de gritá-la e ecoá-la e puxar a manga e perguntar repetidamente se ouviu bem.
Iniciaría desta forma o debate.
Para quem desatento, tivesse ensejo de se manifestar preocupado com algo alheio, usaría a insistência: Quem são aqueles? Somos nós? Mesmo? Tem a certeza? Olhou bem? Não tem dúvidas? (Mas que chato... quem é este gajo? Só me faltava esta... vem uma pessoa espairecer e leva com cada um... é que não desiste! E se eu fizesse de surdo-mudo?)
Perante a gaguez inicial da surpresa seguida da mutez já reflectida, passaría ao plano B: A linguagem gestual.
A universalidade inteligível sem parâmetros de faixa etária a comprometerem a mensagem, sem barreiras sociais, sem o cognitivo da questão a ser vedado pela construção académica.
Prendeu-a nos braços, descaiu a mão direita sobre a anca saída e sentiu o quente dos seus lábios presos, sentaram-se, o rosto dela apoiado sobre o redondo do ombro, fiquemos assim, deixa-os, esquece-te deles... não nos conhecem, não nos podem ver, sossega, o meu beijo...
(in Telas, Set.2011)
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