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sábado, 7 de julho de 2012

Violeta





Estar, sorrir e dar a mão, sorrir de novo, fechar os olhos e esperar o beijo, o abraço, o abraço e o beijo, os lábios quentes e húmidos adaptados a uma forma única e aguardada como se sempre  soubesse que aquela concha pequenina e envolvente tinha a medida ideal num espaço reservado ao uníssono descompassado que faz bem e faz mal, falta o ar, sobra o ar, zune o ar, tremelicam coisinhas que não existem mas que se vêem, há ruídos em todo o lado onde mais ninguém está mesmo circulando a multidão ao redor...! Palavras que se falam nos olhos, ou se atingem no silêncio, saltos em câmara lenta, cabeleiras esvoaçantes paradas no ar, legendas infindáveis de certezas sobre eternidades em que as exclamações são reticências e três pontos são perguntas para levar para casa para lembrar ao deitar.
Amar
Mas se o desgosto é franco, disse-me Violeta, é melhor aprender com ele.
Sabe tudo sobre o amor, contou-me ela, todos os sinais antes dele surgir, o que acontece na fase de incubação, no pico da doença, o que fazer para rapidamente se livrar.
É uma verdadeira arte, a arte de não amar, refere.
E repete-mo convencida, de mãos apertadas junto ao peito, por cada vez que se apaixona e foge, assustada.

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