Sei tudo sobre Simone como se eu mesma fosse Simone. Sou capaz de trautear no mesmo tom rouco, pegar num copo da mesma forma enquanto amparo o resto de um cigarro mortiço entre dedos e me desloco decidida para a saída não ligando quando me chamam, sei ser Simone de tão veemente ter escutado a sua vida após ter morrido.
Na verdade nunca a conheci.
Na verdade ninguém percebe porque ela morreu, quer dizer porque ela decidiu assim.
Mas eu sei.
Só não o digo porque quebraría o encanto de quem me falou sobre Simone.
E há coisas que não se quebram.
Não é por dizê-las, é por partir o que é perfeito.
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