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terça-feira, 3 de julho de 2012

Noite boa de veludo-azul





Eu contra mim, eu perante eu, esta solidão que bate na cara sem outros a apoquentar a vida pequena de um tão só, uma miserabilidade não pela coisa pequena que é mas pela queixa que se havido tornado. Eis, pois, tenho o que quis, achei o que busquei e agora é um penar na noite grande pelo reduzido de mim tão curta que me tornei.
Onde estão os outros que me roubei, os de mim fechados e amordaçados, riscados com força até esburacar a folha com raiva para os ferir, não dizes nem mais uma palavra, ouviste?!
Talvez se me calar, ficar muito queda e suster o respirar os escute, os deixe aproximar, permita que eles me perdoem a falta... quero-vos.
Faltam-me pedaços de pele, bocados não de mim que eles eu não sou, mas como amigos e inimigos que levamos na vida, preciso-os.
Está tudo escuro. Nem no contorno das árvores se consegue distinguir o susto dos ramos a apontar pesadelos ou a projecção de algum monstro que me arraste a voz para uma estória.




Vocês dormem?

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