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quarta-feira, 11 de julho de 2012

António






Desconcertante, apaixonante, irritante, inteligente, aborrecido, insistente, dedutivo, persistente, monótono, louco, prepotente, baço, obssessivo, podería manter-me neste ritmo e adjectivá-lo nos extremos, pois é isso que ele é, ou pelo menos é isso que eu acho que ele é.
Já nos encontrámos bastantes vezes, sempre a trabalho e fora dele, apenas na sequência do trabalho, ou seja, almoços de trabalho, jantares de trabalho, copos de trabalho. Creio que nada mais existe para ele que trabalho ou que lhe mereça créditos de tempo e atenção que não envolva o seu negócio.
Nunca lhe vi um sorriso que trouxesse na cauda outra coisa que torcidamente arrastasse uma piada sobre um cliente ou uma combinação de fim-de-semana numa praia que não motivasse um encontro forçado para falar de um plano x para apanhar y.
Soube há pouco tempo que tem medo de andar de avião e quase me senti vitoriosa. Depois achei-me uma tonta por tal mesquinharia, mas quando vi a sua forma sobranceira de dirigir a palavra aos demais apeteceu-me espalhar a noticia como um rastilho... Não o fiz, mas lutei contra mim.
Aposto que deve ter grandes dificuldades em adormecer, a sua consciência deve dar-lhe uma cama dura e penosa e a tormenta que dá aos outros deve-o aconchegar à noite.
Tomara.
Assim o espero.

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