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terça-feira, 26 de junho de 2012

Solilóquio




A cidade ocupada do meu corpo ou o invólucro com validade: Planos de um sujeito prismado a olhares diferentes, a acção comandada por uma só vontade.

Quem me vê?
Quem consegue olhar para dentro de mim?
Quem querem que eu seja? Que esperam que eu seja hoje?

Na minha cidade há riso e lágrimas porque um sem o outro não fazem sentido, e o bem e o mal são noções inventadas pelo homem para se apoderar de outras cidades ou de outras estórias em que não havía cidades para conquistar. E como contar uma estória sem conquista?

Tenho dias maus, muito maus, em que me apetece fechar o mundo à chave e pô-lo de castigo só porque me cansou até à exaustão do sentir e nada mais restou do que impaciência, nada, nada, mesmo nada, nem dor nem raiva nem grito, só um sentar de espáduas paradas no tempo pesado por uma idade que não me é.

Quem me entende?
Quem me ouve?
Quem se senta a meu lado neste silêncio comungado sem medo das palavras?

2 comentários:

marisa disse...

Eu ouço, há muito. E espero continuar a ouvir-te, uma infinidade de dias.
marisa

Gasolina disse...

E eu a ti Pézinhos de lã, eu a ti.


Abraço forte