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sábado, 16 de junho de 2012

O bater do coração (catorze)




Achando que me conhecem muito se enganam, e nem nunca pretendi fazê-lo, quer quanto ao dar-me a conhecer quer quanto ao manifestar-me ser algo que não sou, pois se da primeira tão só me entrego a quem amo e me merece, da seguinte sou o que sou e infelizmente, desagrado mais do que enfeito. Porém, genuína e não faço jeitinhos a ninguém para tentar o gosto a alguém, habituei-me assim, gosto de mim assim, aprendi-me assim.
Daí, até acharem que me causam reacções controladas - que da fama do cabelinho na venta não me livro - levando-me ao extremo da decência da compostura, é tempo perdido, porque afinal o que ocuparam a estudar-me outro tanto possa eu ter levado a fazer o mesmo, e desta forma, a capacidade de me despentearam apenas me anelou umas mechas. Se me conhecessem, à séria, leríam os meus olhos e veríam neles o que o semblante cala e aperta, o que neles desliza ferido e arde, mas só aguardam som pela boca, só alcançam o visível porque são míopes ao que melhor se lê.

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