Todos os textos são originais e propriedade exclusiva do autor, Gasolina (C.G.) in Árvore das Palavras. Não são permitidas cópias ou transcrições no todo ou/e em partes do seu conteúdo ou outras menções sem expressa autorização do proprietário.

sábado, 8 de maio de 2010

O bater do coração (oito)

Chamou-me lá do fundo, sem ruído, com os olhos, continuei os passos com o olhar recusando qualquer aproximação, não vou, vem cá tu se me queres dizer alguma coisa, mas alguma coisa diferente, nova por diferente, desculpas não ou argumentos rebuscados de outra forma não vou, prefiro sempre os olhos às palavras gastas e ensaiadas, ouço-o e tenho vontade de correr, talvez em movimento lento como se vê nos filmes e com uma banda sonora com trompetes de vara, percussão suave no contraste, um solo de jazz gemido, chorado e espremido por vontade contrariada, sopro, encho as bochechas de palavras que se tornam ar. Chamas e eu não respondo.


No dia que falarmos esvai-se tudo.

1 comentário:

Rui Fernandes disse...

É no que dá procrastinar!