Ele sempre há gente muito curiosa, direi mesmo estranha, a meu olhos pois sim, pois a mim me fazem inclinar a cabeça na tentativa de os ver sob outro ângulo, arranjar conforto numa posição em que os olhos não se arregalem na surpresa.
Ou será do ouvir talvez... Tombar a orelha para que a audição não se confunda com ruídos de carros a chiarem quando os ouvimos - a essa gente curiosa, direi estranha - condenarem no aceno critico aquilo a que acorrem. Fazem parte. Abalam-se do encanto de seus lares para engrossar o número dos que repetem a cada ida que não mais voltarão. Não contem com eles. Até à próxima exposição, ao próximo lançamento de livro, ao certame seguinte, à bienal que infelizmente só se cumpre duas vezes ao ano.
Vão, estão, enrolam os croquetes na boca, dessedentam-se num Porto de honra made in Sacavém, aplaudem sem som e enjoam-se com o comércio que a arte se tornou, têm de ir, têm um nome a defender e a ser comentado entre os demais, eles estavam lá.
Mas foi a última vez.
Eu sou mesmo estranha, direi que curiosamente, pareceu-me ter ouvido que não contassem com eles para esta feira de vaidades, que curiosamente da derradeira vez que me esbarrei com eles pensei que fosse o ponto final.
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