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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Os livros (que li)

Sempre achei que os livros bons, com palavras boas daquelas que nos satisfazem para além da alma e que completam o estômago no amargo do dia comum, vêm ter connosco, esperam por nós, por vezes num tempo desacertado do nosso entender ora tão pequenino ora tão ocupado de afazeres, mas que se revelam como uma brecha de sol no céu carregado anos depois, tantos anos depois.

É uma tropelia.

Não dos livros ou de quem os escreveu, mas do nosso ser, impróprio para receber sem desconfiar, defeituoso por crer que coisa bela algum senão há-de ter. E depois os livros -há-os assim - parecendo serem resguardados da mutação por tudo neles ter sido impresso, vulnerabilizam-se à medida que os olhos que nos compõem por dentro se vão rasgando, adoçando, aceitando outras formas de vida impolutas ao devassar da força humana porque tudo neles -há-os assim - é feito muito para além da mão do autor, muito atingido quando os lemos, muito por quem os ama.

2 comentários:

marisa disse...

Que bela homenagem a um bom livro!
As tuas palavras também vieram ter comigo, e são como um bom livro, "satisfazem para além da alma".
Continuo por aqui, tu sabes que sim, mesmo que não deixe marcas.
Um beijo
marisa

BF disse...

Cada livro é uma porta de vivências… uns passam por nós e outros ficam cá dentro palavra por palavra como se fossemos as folhas de papel em que foi impresso.

BF