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terça-feira, 20 de abril de 2010

O livro negro dos homens (dez)

Com a fotografia entre os dedos girei-a, tentei que passasse despercebida ou eu, sorrateiramente, no meu despeito de não estar ali, esquecesse aquele plano liso, chato, em que duas pessoas se beijavam à socapa como um acto proscrito pelos demais.

Eu quería estar ali. Fazer parte daquele bocado de papel estreito e dizer orgulhosamente que os conhecía. E eles a mim.

Na verdade conhecíamo-nos, eles os meus, eu a deles.

Mas eram os meus de uma época fácil, sem pensares nem matutares, perguntas a complicar o dia!

... Eu quería tanto estar ali!

De novo pequenina. Ao pé deles, dos que sabíam rir.

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