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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Cartas ao Poeta (IX)



Meu Poeta,


Estes dias de tecto fechado aportam-nos a melancolia de horas findas, uma sensação de perda que não chega a ser porque no fundo é um tempo de interiorizar e renovar.

Aquilo que nos prende agora o olhar para a frente e nos trava os movimentos mais não é do que a hibernação da memória de dias de sol e bronzeados dourados de uma época que achamos que iríamos ser felizes para sempre. Entrámos no fuso horário das cores escuras das roupas que nos vestem a alma, a angústia de não sabermos quando voltaremos a sorrir por ver o dia amanhecer claro e luminoso.

Mas este é um tempo necessário para valorarmos o que de bom deitámos para as costas e sentirmos como nos faz falta brincar, pular e dançar.

Não adianta fugir do agora: ele é a preparação para ver na próxima estação a erva a crescer, o rio gordo de chuvas aprisionadas, o coração calmo para tão logo sentir que nos voa do peito.

Por mim e por aqueles que amo vou dançado à chuva, de pés nus para me sentir ligada à terra, braços ao alto para tentar tocar o céu.


Um beijo, meu Poeta.


(in Cartas ao Poeta, C.G. 07/09/2005)

10 comentários:

Phantom of the Opera disse...

Porque existe sempre um novo querer, um novo sentir que voa do peito em direcção ao desconhecido.

Beijo Nocturno

Vicktor Reis disse...

Querida Gasolina
É realmente esse o ciclo do tempo que passa...
Depois de um pôr-do sol sempre vem a alvorada e neste renovar há sempre espaço para muito querer e sentir.
O teu Poeta sempre fica deliciado com as cartas que lhe escreves, disso tenho a certeza, pois são elas igualmente sublimes poemas...
Beijinhos minha Querida.

Serenidade disse...

Escuto a canto que, não sendo das tua mão, sai do teu coração.

Serenos sorrisos

Portugal. The Man disse...

Olá.
Foi com muito agrado que vi que tinhas criado este novo blog. Está excelente como o anterior. Parabéns

MIMO-TE disse...

Tão serno e ao mesmo tempo tão claro este amor em crescimento.

Muito lindo! :)


Mimos meus

Gasolina disse...

Lu@r,

è o renascer, a Primavera depois das chuvas e dos dias curtos, o amor depois da solidão, a procura depois da escuridão.

Um beijo para ti.

Gasolina disse...

Querido VIctor,

Obrigado pelas tuas sim, sublimes palavras e sabedoria.

Um beijo de muito carinho para ti

Gasolina disse...

Serenidade,

Gosto de te ver por aqui.
Adivinhas o que escrevo ao Poeta.

Retribuo os beijos.

Gasolina disse...

Wiley,

Sejas bem regressado a esta Árvore que tem sempre sombra e fruta fresca para ti.

Muito obrigado.
Um beijo

Gasolina disse...

Mimo-te,

Este é um amor de amizade. Forte, indestrutível.

Beijinhos